quinta-feira, 27 de maio de 2010

Mergulhando


Vinte dias de férias. Sonho para quem trabalhou 17 meses sem nem lembrar dos dias de ócio. Some-se a isso uma nova pós-graduação e muita responsabilidade, e terá uma pessoa prontinha para ficar livre, livre. Vinte dias eram nada diante do cansaço acumulado.

Como sempre, estudei nosso destino antes. Três guias diferentes, consultas na internet, leituras mil. Chile era o escolhido, por sugestão do querido, que achou por bem não repetir o passeio portenho, queria conhecer novos ares. Ta bom que sofreram há pouco tempo com o terremoto, mas o medo ficou sufocado lá no fundo. Passagens marcadas. Faltava o hotel. Esse ficou pra frente. Mas tinha que acontecer: quinze dias depois, fomos para web pesquisar as opções. Coincidência ou não, surgiram notícias de novos tremores na imprensa do Brasil. O medo, lá do fundo, berrou de novo. Por segundos, quis desistir e cheguei a comprar tickets para Bs As. Resolvi usar o orkut para o bem, e em nova pesquisa, achei um chileno que já havia vivido no Brasil, em BH, e ele me tranqüilizou, o Pablo, planos chilenos retomados.

Partimos na madrugada do dia 12, cansados, sem dormir por conta da expectativa da viagem. Lá no fundo, eu pensava que dez dias seria muito em Santiago, acreditava que não teríamos o que fazer na cidade, e para viajar ao sul ou norte o tempo seria curto. Que coisa!

Por lá pintamos por volta de 12h de um dia lindo, ainda azul e nem tão frio assim. Comemos um fast food mesmo, na seqüência tentamos uma volta pela Providencia, nosso novo endereço, logo desistimos quando vimos o cansaço que fazia as pernas cambalearam. Cochilo no hotel.

Partimos no dia seguinte para uma exploração da cidade e arredores, o que nos rendeu momentos incríveis: museus, banquinhos de praça, vistas monumentais, esculturas, espaços verdes, artesanato lindo, em espaços ainda mais legais, neve pela primeira vez, a gentileza de Mario, no Mercado de peixe, a atenção de Pablo, que acabou como nosso anfitrião e guia por três dias, brindando-nos com um por do sol regado a vinho e petiscos chilenos, super especial. A Cordilheira dos Andes espetacular, vista de quase qualquer canto da cidade, nos surpreendia a todo momento. Um capítulo à parte foi a comida: caranguejo gigante, frutos do mar inimagináveis, pepino dulce e sabores diferentes, deliciosos, uma algazarra de estímulos para o paladar e o prazer. E muitos outros momentos (fizemos até amigos brasileiros, mineiros também! valeu a companhia, L e A) que serão guardados com carinho, especialmente porque divididos com o querido. Fica, sobretudo, a marca da educação e cortesia do chileno, isso os diferencia do resto do mundo. Me pego pensando se um dia chegaremos lá. O “banzo” é o preço que pagamos por essa experiência tão bacana, que deixou um gosto de quero mais. Na fonte, que não era de Trevi, mas era tão especial quanto, fiz um pedido. Aguarde Chile, um dia vamos voltar.


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