A morte. Da esperança, da vontade, do desejo, do vital. Caminho para espantar os pensamentos tumultuados em minha cabeça. Não consigo, são teimosos. Então, tento organizá-los, para que ao menos me deixem em paz. Não deixam. Coloco uma música, várias. As felizes não encontram eco. As tristes me doem como nunca e também não quero ouvi-las. Olho o céu, azul, apesar do cinza de dois dias atrás. Não deu na meteorologia, ou se deu não ouvi, mas disse que seria assim.
Pensei que é fácil demais pular, eu que julguei alguém que me disse outro dia da vontade do fim. É fácil, do segundo não porque só ferimentos, alturas maiores. Mas o beija-flor passa, aliás passam dois, e lembro que são anunciadores de boas notícias. Não sei para quem são elas, eu que não recebo nenhuma. Não há o milagre da comunicação, eu não me fiz entender e não entendi os outros.
A morte. O fim. Ele espreita sempre. Ainda sem certeza, já visto o luto, porque sou assim, dramática. Ganhei o direito ao nascer mulher.
A morte da promessa, da felicidade. Ninguém me prometeu nada, nunca discuti esse assunto, e nem sequer sei dizer se é um sonho meu.
Penso na vida que têm as pessoas que passam por mim. Imagino a história e se têm dores. É inevitável. Às vezes não falam delas, mas têm.
1h10. Pensei em 1h30, a cabeça ainda fervilha. Mas quero voltar para o escuro, para onde, dizem, se deve fazer essas coisas. Ainda tenho fome, assim vou resolvê-la antes de me fechar de novo. São 2 meses, são 7 meses, falta uma semana para a entrada no inferno astral, mas desconfio que ele se antecipou. Muita coisa para comemorar. Alea jacta est. E foi. Espero. Que não se demore.
No escuro, uma mão estende-se. Não me dou ao luxo. Pego-a. Uma hora de conforto, escuro de novo. Mas virá o dia novo, com os trabalhadores todos à volta, me expulsam. Passarei o tempo esperando o escuro, onde vivo agora. Não há salvação.
Pensei que é fácil demais pular, eu que julguei alguém que me disse outro dia da vontade do fim. É fácil, do segundo não porque só ferimentos, alturas maiores. Mas o beija-flor passa, aliás passam dois, e lembro que são anunciadores de boas notícias. Não sei para quem são elas, eu que não recebo nenhuma. Não há o milagre da comunicação, eu não me fiz entender e não entendi os outros.
A morte. O fim. Ele espreita sempre. Ainda sem certeza, já visto o luto, porque sou assim, dramática. Ganhei o direito ao nascer mulher.
A morte da promessa, da felicidade. Ninguém me prometeu nada, nunca discuti esse assunto, e nem sequer sei dizer se é um sonho meu.
Penso na vida que têm as pessoas que passam por mim. Imagino a história e se têm dores. É inevitável. Às vezes não falam delas, mas têm.
1h10. Pensei em 1h30, a cabeça ainda fervilha. Mas quero voltar para o escuro, para onde, dizem, se deve fazer essas coisas. Ainda tenho fome, assim vou resolvê-la antes de me fechar de novo. São 2 meses, são 7 meses, falta uma semana para a entrada no inferno astral, mas desconfio que ele se antecipou. Muita coisa para comemorar. Alea jacta est. E foi. Espero. Que não se demore.
No escuro, uma mão estende-se. Não me dou ao luxo. Pego-a. Uma hora de conforto, escuro de novo. Mas virá o dia novo, com os trabalhadores todos à volta, me expulsam. Passarei o tempo esperando o escuro, onde vivo agora. Não há salvação.
4 comentários:
Tati, menina! Essas "cavas depressões" me dão um susto! O velho russo dizia "morrer nessa vida não é difícil; o difícil é a vida, e o seu ofício". Tudo bem? Ombro, ouvido e colo gratuitos, sem pedir licença. Traduzi um episódio esse dias onde um personagem pergunta "tudo bem?" e o outro "nonsense, eu nunca estive bem". Mas nós já, e a lembrança das alegrias faz a gente andar. Aliás, acho que sofrimento é igual filme do Woody: interessante e até divertido quando você lembra, mas na hora são outros quinhentos. Como minhas quinhentas palavras usuais. Bjim.
Não se assuste, por aqui anda tudo indo. Revezes, os mais variados, todos contornáveis, apesar de na hora parecerem a "morte". Escrever exorciza. Só um jeito escancarado de gritar a dor, sendo mulher talvez seja mais para chamar a atenção. Obrigada!
Adorei seu exorcismo. Também faço muito isso. Já teve a sensação de ler meses depois algo que escreveu e parece que nem foi você que escreveu? É como uma catarse, uma expulsão de sentimentos que brotam por palavras de dor, exaltação.
Você fez isso muito bem!
Bjo
Ana.
www.mineirasuai.blogspot.com
Ana, escrevi exatamente como os pensamentos me vieram, fragmentados, durante uma caminhada. Já olho, 4 dias depois, e não me vejo escrevendo-o, é muito desnudado... Aliás, quando escrevi, deixei de "molho" um dia, sem coragem de postar. Mas escrever é isso né? E obrigada pela visita! bjs
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