sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Identidade

A vela que insiste com sua chama inquieta, e me atormenta os pensamentos. A chuva, que não dá mais trégua, e o senso comum diz que é primavera. Imagino se as estações se rebelaram com a loucura do mundo e agora se comportam como bem entendem. Reminiscências vãs. Ninguém responde às minhas perguntas. Questionamentos demais, cobranças demais, dúvidas demais.

Faz frio, e por mim, assim é melhor, me sinto ainda mais acolhida no refúgio, lugar de repouso que criei, e onde me escondo de tudo quando quero. Exercito os pensamentos escrevendo coisas que ninguém lê, me acalmam e basta isso. Penso naqueles por quem peço, nem sempre consigo atender quando precisam, eu que nem de mim escuto os sinais. Eu agora habito o silêncio das madrugadas frias, e inauguro a estação gelada das flores, a quem recebo de braços cobertos. Tenho pensamentos-turbilhão, que me mantêm insone, e nada em mim nasce pronto, tudo é meio sem sentido. Ainda consigo ver graça em algumas cores, reparo que gosto particularmente de uma delas. Faço planos de conhecer o mundo e penso às vezes que mal conheço minha cidade. Já quis ficar por aqui eternamente, mas penso hoje que pode ser tempo demais. Apaixono-me por músicas, sem saber o que dizem suas letras, agora tenho ouvido musical. Aprendi a cantar e dançar sozinha, e posso fazê-lo também em boa companhia. Não tenho certeza sobre o que quero, mas tenho alguns nãos na ponta da língua. Aqui é onde mora o incerto. Disciplinar pensamentos é tarefa ingrata. E ao final, eu sou apenas o outro ponto de vista de mim mesma.

3 comentários:

Max disse...

Eu como bom salinense boto blusa quando abaixa dos 30 graus... seu jeito de escrever continua me encantando. Gostei demais desse outro ponto de vista de mim mesma, sua prosa poética. Suas introspecções são bunitas, moça!

Tati disse...

São pensamentos desordenados que "jogo" no "papel"... Brigada pela leitura!!

Tati disse...

Salinas tá toda no poema de baixo!!

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