domingo, 27 de julho de 2008

Saudade do que não vivi?


Então, relendo antigas revistas, achei uma matéria interessante, sobre como não vivemos o tempo presente. Influenciada pelo título, decidi, só por aquele momento, ler com calma e atenção o tal texto. Foi inevitável a identificação com os casos de corre-corre narrados na reportagem. E é verdade. Transformamo-nos em reis do faz-tudo-ao-mesmo-tempo-agora. Agendas cheias, coração vazio?

Lendo o texto, pensei em como passamos grande parte do presente preocupados ora com o que passou, ora com o que queremos que aconteça (ou que inevitavelmente vai acontecer). Mas viver mesmo, ali na hora, nada.

E pensei também que a vida dá a oportunidade de tentar mudar isso. Tentei então, por iniciativa própria, prestar atenção somente naquelas páginas de revista, naquele momento. Sem internet, sem MSN e plocs na tela do computador, sem música, televisão desligada, com a atenção toda voltada para aqueles poucos minutos. Prestei atenção na minha respiração... Inspira, solta, lenta, como quem tem todo o tempo do mundo, ainda que fossem meros 10 minutos de calmaria.

E não é que ao final da reportagem, eu me sentia menos ansiosa? A minha percepção, é claro, foi alterada. Meus ouvidos captaram o silêncio do cair da tarde (isso é possível mesmo em cidades grandes!), minha palpitação constante se acalmou (ainda que voltasse ao “normal” depois), e senti até um certo sono, eu vítima de insônias inúmeras vezes...

É claro que não durou muito o momento zen, afinal, como a maior parte das pessoas, eu sou ótima dando conselhos, e péssima para aplicá-los à minha vida, e raramente dou continuidade aos planos de viver melhor, mas vale a pena pensar um pouquinho. Sigo com a cabeça tumultuada por problemas que não posso resolver agora, enquanto ao meu lado estão aqueles que amo, em quem penso e sinto saudade quando estão longe... Êta gente besta, Meu Deus.

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