quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Cada um à sua maneira



“Segure seu humor. Seguro o meu, mesmo dark: vou dormir profundamente e
sonhar com uma linda e fatal jamanta. A mil por hora.”
Caio Fernando Abreu




Ando relendo Caio Fernando Abreu, Pequenas Epifanias, com crônicas publicadas entre 1986 e 1995. Relendo é modo de dizer, já que o tenho sempre à mão, consulto como um manual, amo com paixão seus escritos.
“Deus é Naja” me chamou a atenção, e vale à pena ler, como tudo de Caio. É sobre manter o humor em tempos difíceis. A maré não anda pra peixe. Todos, eu disse todos, têm problemas. Variam os tamanhos e conseqüências, mas cada um sabe como, e onde, doem os seus.
De mim, sei dizer que escolhi uma forma de encarar, e ela inclui o bom humor. Não digo que não sofro, e mais: em momento drama-mexicano, consigo imaginar o poço mais fundo, fétido e podre, e eu no fundo mais fundo dele, coberta até a cabeça de estrume. Minha imaginação faz inveja.
Quando mais lúcida, consigo rir dos meus problemas, mesmo quando mais sérios. Como diz Caio, nessas horas busco o ponto onde o trágico perde o sentido, podendo até ficar meio cômico, só assim para agüentar quando dói demais. É certo que nem tudo se leva leve desse jeito, cada um com seu limite.
Não receito nada a ninguém, não sou médico e vocação para terapeuta, tenho zero. Muito mais ou menos, ando dando conta de mim. Escrevi aqui só mais um jeito de pensar. E penso que quando nada mais servir, vou contar uma piada besta, gargalhar, só não vou sonhar com minha jamanta própria.

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